quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Meu Comentário sobre a notícia: “Causalidade quântica questiona lei de causa e efeito” [21/12/2016]



Meu Comentário sobre a notícia: “Causalidade quântica questiona lei de causa e efeito”.

Autor: Álvaro Vinícius de Souza Silva
*Foi publicado no meu perfil de rede social


1. A meu ver, 'causa-efeito' não é uma Lei; é uma determinação da 'realidade natural', tendo o maior grau volitivo (arbítrio) no domínio humano. 

2. O passado e o futuro 'não são reais', mas 'estão em realidade' pelo 'estado presente', que gera uma enlace contínuo justamente pela repercussão das ações! 

3. Em potências espirituais, por analogia, já que não estão limitadas pelo espaço nem pelo tempo, similar à fronteira quântica, as ações são 'holo-gráficas', isto é, as ações podem estar em 'todas as partes' já que causa e efeito não fazem sentido! 

4. É como se o 'presente' ficasse mais 'largo' quando são aumentadas as possibilidades volitivas num corpo, cada vez mais fora das determinações naturais. É o Ad Eternum do gloria corporis da revelação bíblica.


Notas:


i-Subdividi o comentário em 4 partes, enumerando-as: 1, 2, 3 e 4. 


ii-A notícia: "Causalidade quântica questiona lei de causa e efeito" encontra-se no site Inovação Tecnológica. 
Link: 


iii-Retirei as aspas de Ad Eternum e gloria corporis e deixei-as em itálico: Ad Eternum e gloria corporis. Não havia o recurso itálico quando fiz o comentário. 


iv-<https://www.facebook.com/vinicius.last> Vigente na presente data da publicação. <21/21/2016>

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Conhecer e Imaginar: um processo dinâmico e indivisível



Conhecer e Imaginar: um processo dinâmico e indivisível
Autor: Álvaro Vinícius de Souza Silva
Data: 15-12-2016

  
   Faz-me convulsionar, às vezes, uma ruptura entre o conhecimento e a imaginação. Dr. Albert Einstein, em notável exemplo, dizia em letras inspirativas que a "imaginação é mais importante que o conhecimento". Por trás dessa famosa citação, firme em seu aparente júbilo científico, haveria, talvez, uma ideia soturna que não indicaria tão somente a grande visão "maléfica" que o conhecimento esbanja quando está apenas tecnicamente dominado, bastante saturado em critérios axiológicos e carente de expansão crítica. Emergiria facilmente, nesse sentido frasal, a tendente mania de equiparar graus de importância entre a "atividade de conhecer" e a "atividade de imaginar". Tanto uma quanto a outra, ao contrário das distinções didáticas, ou de algum romantismo einsteiniano, não obedece exclusivamente ao arbítrio de artifícios "estilísticos" do mundo subjetivo.  O "conhecer" e o "imaginar", em síntese, são faces de um único processo, indivisível e dinâmico, sobre as quais a nossa consciência recria-as numa dada visão metafórica, seja em maiores gradações objetivas ou não objetivas.   

Publicado no Recanto das Letras

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O Natal, o Paganismo e a Religiosidade (Aforismos)

O Natal, o Paganismo e a Religiosidade (Aforismos)
Autor: Álvaro Vinícius de S.Silva


I-Todo ano ouço o seguinte: “O Natal é uma festa pagã”. Não, o Natal não é uma festa pagã, pois de "Natalis Solis" virou "Natalis Christi".
                                         ***

II-O problema do "Sol Invictus" romano é a criação do ídolo solar, não a simbologia cíclica envolvida.
                                         ***

III-A religiosidade popular sempre padece de alguma índole pagã.  As imagens e festividades ajudam-na a assimilar o sentido "sacro" dos eventos.
                                          ***

IV-Doutores de Herodes tinham zelo com a Lei Mosaica, mas foram uns Magos, talvez sacerdotes zoroastrianos, que seguiram a Estrela do Oriente.
                                                       

Publicado no Recanto das Letras


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Minhas "regras" práticas [Lógica e Argumentação] (Parte1)



Minhas"regras"práticas [Lógica e Argumentação] (Parte1)
Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva



1. Existem muitos livros que tratam da argumentação. Tais livros são colocados nas estantes jurídicas, o que já dispensa com grão rapidez maiores justificações para esse enfoque. Outros livros, pouco afeitos a gradações mais específicas de alguma área, adotam uma propedêutica que, por "ipso facto", consolidam o uso notacional de elementos quantificadores (lógica de primeira ordem, lógica de segunda ordem) ou a aplicação de operadores modais (lógica modal) [1],[2]. 

2. Não obstante, não farei nenhuma especificação por esses corpos matemáticos de disciplina lógica, apenas destacarei algumas "regras" práticas que elaborei, bem mais conexas à disposição da lógica natural e à nossa capacidade de perceber distinções, desde níveis mais dependentes da percepção imediata da experiência (situação ou fatos) até graus relativos à organização 're-lacional', de 'relatus', 're', mais 'ferre' (portar) [3]. 

3. Com isso, ao portar-se às coisas (objetos) e apreendê-los através de alguma correspondência, já exijo automaticamente a "ideia âncora", o cânone de locação inteligível, aquilo pelo qual já possuo (ou acredito possuir) o adequado critério (ou até o método) para arvorar as várias relações (normalmente causais). É nesse preciso ínterim que diversas "amarras" condicionadas por fatores negativos (pressões sociais, tradições fechadas, maus hábitos de raciocínio, mau caratismo) e por fatores positivos (educação estritamente formal, vício do adestramento cognitivo, fixação ideológica) atuam bastante e mascaram-se pela artificialização lógica. Nesse aspecto, não adianta apenas aprender fórmulas lógicas sem desenvolver a lógica natural e a mediação inteligível (ordenação concreta e consistência de pensamento).     

4. Eis aqui algumas "regras". São apenas indicativos elementares, porém aptas para suscitar tanto exercícios como uma reflexão mais vasta:

I-A dúvida evoca a enunciação interrogante. Pela própria expectativa de resposta, ela atende à função de um meio, não de um fim plenamente justificado ou determinado.

Observação: essa regra serve para esclarecer particularmente os céticos de persistência religiosa (ironia). Em meu texto, "O inabitual como susto: o cético pantomima", mostro que esse cético mimético deixa em equivalência direta a 'potencial evidência' de uma realidade mau vista por suas "localizações inteligíveis" com os quadros de memórias experimentais (limites observacionais) referidos às suas especialidades metodológicas, circunscritas a determinados campos de estudo e às respectivas capacidades instrumentais. Por conseguinte, se não acham a "evidência", indeferem ou negam até a possibilidade do desenvolvimento de outra estrutura de conhecimento, a qual abriria rumos investigativos para explicar a fenomenologia envolvida (aqui, os "doutores" céticos classificam-na como pseudociência). 

II-Elementos circunstanciais não são relações de necessidade, nem se esquivam de constituírem o protagonismo causal na ocorrência de outros cenários subsequentes.
Observação: eventos anômalos da natureza podem ser o resultado de influências não esperadas, mas nada exclui que sejam reflexos causais de correspondências de ordens físicas que não tiveram ainda seu pleno conhecimento estrutural. 

III-Existe uma hierarquia de conceitos num corpo de estudo, bem como de observações feitas pelo uso de tais conceitos.
Um exemplo: destacar demasiadamente a importância do PIB (Produto Interno Bruto), ao ponto de transpassar o seu conceito e torná-lo quase como sinônimo do conceito de economia ou de superestimá-lo.

**********
Foi publicado no Recanto das Letras:
(Link)

Notas:
1-Informações básicas sobre Lógica:
Acesso: 04/10/2016.

2-Sobre a Lógica Modal:
Acesso: 04/10/2016.

3-Etimologia (Palavra: relação):
Acesso: 04/10/2016.

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Recomento meus textos:
"O inabitual como susto: o cético pantomima".
Link:
"O Reino das Analogias Superiores: as Palavras sem os Véus".
Link:
"A Ideoscopia Acadêmica" (Parte 1)
Link:

   


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Ciência, Método e Realidade (Parte 2)




Ciência, Método e Realidade (Parte 2): algumas considerações.

Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva
Data: 29/09/2016







Imagem do Vídeo: Ciência, Método e Realidade (Parte 2)
(Link)



    O vídeo Ciência, Método e Realidade (Parte 2) prossegue a linha de estudo a que faço jus por meio dos textos “O inabitual como susto: de Feyerabend a Charles Richet”, “O inabitual como susto: o cético pantomima” e “O Montante Hipotético-Conjetural”. No decorrer da explicação, elucido através de algumas notas o raciocínio fundamental ou o detalhe necessário condizente à análise de cada parte. Abaixo, seguem as notas disponibilizadas no vídeo, estabelecidas com o uso do recurso “adicionar anotação” (Youtube):

 Notas:


1

Paul Feyerabend: filósofo da ciência. (1924-1994). Charles Richet: fundador da Metapsíquica (1850-1935).

i]Observe a distância temporal (épocas).

ii]Apesar das diferenças intelectuais, ambos tocam nos tabus metodológicos e nos critérios epistêmicos da aludida "tradição científica".

2

Subdivisões da Metapsíquica: a) Metapsíquica subjetiva (efeitos psíquicos); b) Metapsíquica objetiva (efeitos físicos).


      3

Na Parapsicologia: a) efeitos físicos (Psi-Kappa); b) efeitos no domínio da mente (Psi-Gamma). Clique nesta observação e acesse meu vídeo "Parapsicologia: Psi-Kappa e Psi-Gamma."

     
      4

Capacidade Sensorial=>captação pelo 'complexo orgânico'. Isso implica limites observacionais, por razões internas e externas.


      5

A razão expressa a inteligência.


 6

A razão propicia a convergência epistêmica à perspectiva objetiva.


7

Prognósticos rudimentares: não é o 'senso comum'. Estes prognósticos possuem arquétipos e signos anteriores à própria linguagem discursiva.


8

O observador  interage com a realidade,  na medida em que ele se identifica com uma realidade em propósito, a sua intenção, em virtualidade extrospectiva.


9

Prognósticos rudimentares ==> restrição racional==> [metodologia: configuração lógico-formal]==> delineamento objetivo


***
Para acessar "Ciência, Método e Realidade" (Parte 1)


***
Fontes [Referências nas reflexões do vídeo]:

1-Meus Artigos

i]O inabitual como susto: de Feyerabend a Charles Richet; ii] O inabitual como susto: o cético pantomima; iii] O Montante Hipotético-Conjetural.
(Link)

2- Contra o Método. Paul Feyerabend.

3- Traité de métaphysique. Charles Richet

4-Métodos Lógicos e Dialéticos. Mário Ferreira dos Santos. 


Obs: de acordo com a lei nº9610/1998, "são obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível".





quarta-feira, 21 de setembro de 2016

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O que é um golpe? [Impeachment 2016]



O que é um golpe?
Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva
Data: 01/09/2016

    1.O que é um golpe, senão uma violação? Se demonstro uma violação, já identifico um golpe? Qual é a abrangência do que conceituo por golpe?

    2.Interessante que são perguntas de definição, o que é diferente de saber como sucede a violação e em que domínio repercute (jurídico, econômico, administrativo, etc).

  3.Você pode dizer que o impeachment foi um golpe, porque se detém numa interpretação de maior grau político, com razões suficientes para tanto; de igual modo, você pode dizer que o impeachment não é um golpe, cingindo assim sua análise à liturgia constitucional e creditando uma neutralidade ao processo. Essas posições não estão completamente erradas, nem são opostas. Elas destacam dois elementos:

        i) o estratagema político;

        ii) a legalidade.


   4.A partir daí que se pode entender melhor a situação, saindo de causas conhecidas a causas desconhecidas. É por isso que classificar rapidamente um evento empobrece qualquer análise. Já nasce natimorta pelo mau conceito. E não tem viseira maior que enxergar golpe em um único grupo político.

Foi publicado no Recanto das Letras

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Inebriadas Contemplações


As Inebriadas Contemplações
Autor: Álvaro Vinícius de Souza Silva
Data: 23/08/2016


1. Todo princípio de entendimento nasce de uma ousadia interna, que nada mais é que "conhecer-se" pelas diversas camadas que nos aprisionam em formal reflexo, tanto nas considerações de nossa autoimagem constantemente tensionada pelas influências externas, quanto no modo com o qual os sentidos entre as coisas são captados, tal como se retratassem o comportamento de um conjunto de diferentes espelhos, entre momentos de orientação e de confusas apreensões.

2. As inebriadas contemplações, percebidas pelos enredos da ideologia, contaminou o mundo a tal ponto que as palavras e as relações lógicas entre elas escravizaram-se pela eficiência da comunicação, pelo que elas subscrevem sempre em poder de mobilização social. Com efeito, os monumentos da ignorância, as "universidades" modernas, que já não guardam nenhum espírito de universalidade, respaldaram o inebrio das ideias movidas pelas paixões torpes e exploraram, até às últimas consequências, a razão sob os devaneios dos poetas da revolução.

Enfim, não cessaram ainda a realização de manifestos em inebriadas contemplações, na inquietude dos suspiros das visões falsas sobre o mundo.


Obs: de acordo com a lei nº9610/1998, "são obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível".

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O Reino das Analogias Superiores: as Palavras sem os Véus (I)



O Reino das Analogias Superiores: as Palavras sem os Véus (I)
Autor: Álvaro Vinícius de Souza Silva
Data: 19/08/2016


1.A linguagem discursiva surte as noções apreendidas pela crivo da justificação da complementação sintática, na mecânica algébrica dos véus da sintaxe, syntaxis, de syn (junto), tassein (ordenar), mediante níveis de interpolação lógica que por ora condensam e delineiam, em agudo espírito, as nossas percepções; por ora, em alguns instantes, colocam-nos, por gravidade, na obtusidade das vagas especulações.

2. Nenhum método operativo do raciocínio discurso poderá reproduzir a completude significativa de um único objeto. Poderá apenas elencar as notificações de alguma perspectiva real, acolchoadas pelas nossas condições naturais e pelas intuições compatíveis à situação, bem como as encaixando nos fluxos expressivos de que depende o grão êxito de toda a transmissão de ideias. Com essa propensão, estabelecemos uma dívida com a inteligência analógica e os vislumbres dos reinos superiores da percepção.

3.Em Mateus 13:10, os discípulos perguntam: "por que falas ao povo por parábolas?"; em seguida, eis a resposta do Mestre: "A vocês foi dado o 'conhecimento' dos mistérios dos Reinos dos Céus, mas a 'eles' não." Aqui, nesse trecho, a atenção natural rapidamente repercute, em nós, a clara distinção entre a revelação direta dos 'mistérios' e o conhecimento analógico, de 'ana' (de acordo com), 'logos' (palavra), decantado nas relações entre os símbolos, de 'symbolon', 'syn', 'ballein'(lançar). Nisso, já estava 'lançada' o que é a 'semente' da Parábola, porque, a "quem tem", o conhecimento em terra fértil, "lhe será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que não tem será tirado." (Mateus 13:12). Cabe, então, a nós, entendermos o que acreditamos possuir, lembrando-se das seguintes palavras de João Batista: “Um homem não pode receber coisa alguma, a não ser que lhe tenha sido dada do céu" (João 3:26).

4. A coleção de palavras vãs e de falsas convicções dá-nos a impressão de sabedoria tão somente por conta do aprazível da aparência e da postura externa no mundo das opiniões, tolhendo-nos em motivo para toda razão e em critério para toda força de julgamento. Tais índoles de compreensão enclausuram-se nas persuasões mútuas entre as palavras, entre as formas de pensamento escondidas por vários véus, ou nas trincheiras das camadas. Todavia, se em todas essas coisas nada tivermos para fecundar a 'semente' do Criador, o dado 'conhecimento' dos mistérios dos Reinos Celestes-- as centelhas que habitam nos espíritos voltados ao discernimento--, todas estas coisas serão arrancadas pelas incertezas dos vendavais, porque nenhuma delas terá firmeza ou o fruto de cada promessa. E isso é equivalente a nada possuir. Por isso, é preciso que sejam retirados os "véus das palavras" ouvidas e vistas, para que possamos entender o sentido interno de cada uma delas, ao invés de ficarmos presos nos limites da linguagem discursiva.




*Publicado no Recanto das Letras. Data: 19/08/2016. 
Link: http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/5733501


Obs: de acordo com a lei nº9610/1998, "são obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível".


terça-feira, 12 de julho de 2016

A ideoscopia acadêmica

A ideoscopia acadêmica (Parte 1)
Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva
Data: 12/07/2016



    Uma das debilidades acadêmicas mais fáceis de perceber no mundo universitário é a persuasão conceitual enquanto modelo de coligação de fatos (conexão pré-condicionada) ou forçosa coerência interna entre acontecimentos, bastante confundida com o livre exercício de inferir as relações entre os fatos, o que é deveras reforçado por uma falsa autonomia intelectual. Tendo em vista isso, em meu artigo "O Montante Hipotético-Conjectural"[1], já particularizo esse traço característico na seguinte afirmação: “Segue-se daí que o problema não aparece essencialmente quando se destina atenção aos fatos, mas no modo com o qual se infere as relações entre os fatos.” Nessa parte, consolido apenas um diagnóstico breve do que seria um apego epistêmico, se supor que, por assim reconhecer, tal problema interpretativo remeter-se-ia a alguma consequência direta de um princípio de entendimento preferencialmente aplicado. Todavia, não é isso que se sustenta assertivamente numa análise menos grosseira, potencialmente grassada por algum exame de menor obtusidade, que dificilmente poderia ser realizado pelo altivo esmero linguístico do pensamento universitário, já que, entre os bacharéis contemporâneos, há uma probabilidade infinitesimal de encontrar alguma inclinação para a autocompreensão dos processos de construção da própria cosmovisão e, quiçá, de reflexões mais vastas que suplantem pelo menos as correntes epistêmicas da "ideoscopia acadêmica", tão inoculada (ou inculcada) em suas mais profundas disposições reativas do inconsciente.   
      
   Essa persuasão conceitual traz sempre a sua face mais óbvia: o uso de algum conceito, específico ou geral, expresso ou implícito, redundante ou derivativo, do qual surgem tendências observacionais e avaliações pretensamente morais no decurso de uma cadeia estrutural coletiva (grupos sociais), aptas a “amarrar” laços entre raciocínios que apresentariam alto grau de convencimento, muito bem capacitados para formar alguma forma sistemática de pensamento. Um exemplo: quando se afirma, no meio acadêmico brasileiro, que há um impasse entre “socialismo” e “capitalismo”, “ortodoxia” e “heterodoxia" econômica, “senso comum” e “conhecimento científico”, "música erudita" e "música popular", “esquerda" e “direita”, “neoliberalismo” e “progressismo”, exige-se automaticamente uma aceitação prévia de iniciação ao debate não tão somente por esse enredo dicotômico (binômio terminológico), pois se define também, nessas expressões conceituais citadas, uma imposição ideológica que já se projeta aos níveis de alguma escala de virtualização conceitual, enquanto todo o debate torna-se assintoticamente confuso e, por conseguinte, passível aos rumos das possibilidades estratégicas de argumentos fajutos,  tão patentes nas simples disputas verbais, ávidas pela dissociação do poder persuasivo de cada um dos fundamentos reais a que pertence a “intuição primeva” de cada conceito -- para isso, recomendo meu texto “O narciso conceitual” [2]. Esse estratagema geralmente se desmembra tanto na falsificação da memória factual – seleção conveniente de fatos, falsas inferências e descabidas avaliações -- quanto no engenhoso desenvolvimento de argumentos apelativos (ex: argumentum ad verecundiam) [3], na maioria das vezes havendo, nesse anedotário dever, fulgores valorativos por meio de meras condecorações verbais tendentes a nenhuma discussão concreta, nada mais que disfarces semânticos entre palavras chaves que não passam de verdadeiras claves de pauta de alguma agenda ideológica, numa busca irrefreada para preservar implicitamente tais "cláusulas pétreas" de discurso. Para exemplificar,  basta notar que outras expressões conceituais tais como “fato histórico”, “contradição”, “justiça social”, “fato científico”, “progresso”, "democracia" e "direitos humanos" adquirem na prática uma espécie de sacralização verbal na medida em que a sintonia entre o ativismo e o establishment acadêmico estão sob a mesma frequência de atuação persuasiva.  Tudo isso nos leva a confirmar, em virtude desse automatismo discursivo, que move uma complexa máquina de persuasão conceitual hipnótica, a presença de um carimbo na inconsciência, “abençoada” especialmente pela burocracia mental do corpo universitário contemporâneo, gerando assim uma verdadeira "ideoscopia acadêmica". 


Notas:

Autor: Álvaro Vinícius de Souza Silva

Autor: Álvaro Vinícius de Souza Silva

3- Sobre o argumentum ad verecundiam.
Link:




Outros textos do autor:

O inabitual como susto: de Feyerabend a Charles Richet.
Link:

O inabitual como susto: o cético pantomima
Link:

O Montante Hipotético-Conjetural
Link:

Ciência, Método e Realidade (texto e vídeo)
Link:

A insensatez adquirida
Link:

A Falsa Dicotomia
Link:

Sobre as manifestações do dia 15 de março de 2015
Link:

Laços Informacionais:
Link:

A imprecisão resolutiva e uma lição de Heisenberg
Link:


O Espelho dos Físicos
Link:

Alguns pensamentos (Aforismos, Reflexões)

A ilusão do progresso, o fruto da razão.
Link:
Alguns pensamentos (Aforismos, Reflexões)

A Aparência do Mundo
Link:

A Contradição
Link:

O Reino Invisível
Link:



Obs: de acordo com a lei nº9610/1998, "são obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível".
Obs: caso haja interesse nesse texto para algum trabalho, é preciso solicitar a permissão do autor.


       



domingo, 10 de julho de 2016

A Independência (Pensamento)



A independência


  A independência não é um mero idealismo interno nem se faz subitamente presente na concreção externa. Não é uma iniciação em ideias e representação social. Ela é a própria manifestação absoluta do espírito. Em qualquer época, no meridiano sofístico da interpretação, degradado bem mais pelo mau uso da língua que pelo poder real da consciência, a independência é vista pelo voo da falsa liberdade de pensar e agir, por enxergar tudo pelos favores psicológicos mútuos que alimentam o próprio desdém subjetivo. Ninguém jamais será “senhor” da realidade, porém é possível ser cônscio de seu domínio real e reger uma sinfonia cuja obra será uma dádiva da inteligência espiritual. É exatamente isso que provoca a ira de demônios e a revolta daqueles que se regurgitam socialmente e em falsa família, hipnotizados pelo “ouro” e pela “prata” de sua própria escravidão nas trevas.

        (Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva, 10/07/2016)
                           Foi publicado no Recanto das Letras





Outros textos do autor:

O inabitual como susto: de Feyerabend a Charles Richet.
Link:

O inabitual como susto: o cético pantomima
Link:

O Montante Hipotético-Conjetural
Link:

Ciência, Método e Realidade (texto e vídeo)
Link:

A insensatez adquirida
Link:

A Falsa Dicotomia
Link:

Sobre as manifestações do dia 15 de março de 2015
Link:

Laços Informacionais:
Link:

A imprecisão resolutiva e uma lição de Heisenberg
Link:


O Espelho dos Físicos
Link:

Alguns pensamentos (Aforismos, Reflexões)

A ilusão do progresso, o fruto da razão.
Link:
Alguns pensamentos (Aforismos, Reflexões)

A Aparência do Mundo
Link:

A Contradição
Link:

O Reino Invisível
Link:



Obs: de acordo com a lei nº9610/1998, "são obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível".
Obs: caso haja interesse nesse texto para algum trabalho, é preciso solicitar a permissão do autor.