Minhas"regras"práticas [Lógica e Argumentação] (Parte1)
Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva
1. Existem muitos livros que tratam da
argumentação. Tais livros são colocados nas estantes jurídicas, o que já
dispensa com grão rapidez maiores justificações para esse enfoque. Outros
livros, pouco afeitos a gradações mais específicas de alguma área, adotam uma
propedêutica que, por "ipso facto", consolidam o uso notacional de
elementos quantificadores (lógica de primeira ordem, lógica de segunda ordem)
ou a aplicação de operadores modais (lógica modal) [1],[2].
2. Não obstante, não farei nenhuma especificação
por esses corpos matemáticos de disciplina lógica, apenas destacarei algumas
"regras" práticas que elaborei, bem mais conexas à disposição da
lógica natural e à nossa capacidade de perceber distinções, desde níveis mais
dependentes da percepção imediata da experiência (situação ou fatos) até graus
relativos à organização 're-lacional', de 'relatus', 're', mais 'ferre'
(portar) [3].
3. Com isso, ao portar-se às coisas (objetos) e
apreendê-los através de alguma correspondência, já exijo automaticamente a
"ideia âncora", o cânone de locação inteligível, aquilo pelo qual já
possuo (ou acredito possuir) o adequado critério (ou até o método) para arvorar
as várias relações (normalmente causais). É nesse preciso ínterim que diversas
"amarras" condicionadas por fatores negativos (pressões sociais,
tradições fechadas, maus hábitos de raciocínio, mau caratismo) e por fatores
positivos (educação estritamente formal, vício do adestramento cognitivo,
fixação ideológica) atuam bastante e mascaram-se pela artificialização lógica.
Nesse aspecto, não adianta apenas aprender fórmulas lógicas sem desenvolver a
lógica natural e a mediação inteligível (ordenação concreta e consistência de
pensamento).
4. Eis aqui algumas "regras". São
apenas indicativos elementares, porém aptas para suscitar tanto exercícios como
uma reflexão mais vasta:
I-A dúvida evoca a enunciação interrogante. Pela
própria expectativa de resposta, ela atende à função de um meio, não de um fim
plenamente justificado ou determinado.
Observação: essa regra serve para esclarecer
particularmente os céticos de persistência religiosa (ironia). Em meu texto,
"O inabitual como susto: o cético pantomima", mostro que esse cético
mimético deixa em equivalência direta a 'potencial evidência' de uma realidade
mau vista por suas "localizações inteligíveis" com os quadros de
memórias experimentais (limites observacionais) referidos às suas
especialidades metodológicas, circunscritas a determinados campos de estudo e
às respectivas capacidades instrumentais. Por conseguinte, se não acham a
"evidência", indeferem ou negam até a possibilidade do
desenvolvimento de outra estrutura de conhecimento, a qual abriria rumos
investigativos para explicar a fenomenologia envolvida (aqui, os
"doutores" céticos classificam-na como pseudociência).
II-Elementos circunstanciais não são relações de
necessidade, nem se esquivam de constituírem o protagonismo causal na
ocorrência de outros cenários subsequentes.
Observação: eventos anômalos da natureza podem
ser o resultado de influências não esperadas, mas nada exclui que sejam
reflexos causais de correspondências de ordens físicas que não
tiveram ainda seu pleno conhecimento estrutural.
III-Existe uma hierarquia de conceitos num corpo
de estudo, bem como de observações feitas pelo uso de tais conceitos.
Um exemplo: destacar demasiadamente a importância
do PIB (Produto Interno Bruto), ao ponto de transpassar o seu conceito e
torná-lo quase como sinônimo do conceito de economia ou de superestimá-lo.
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Foi publicado no Recanto das Letras:
Notas:
1-Informações básicas sobre Lógica:
Acesso: 04/10/2016.
2-Sobre a Lógica Modal:
Acesso: 04/10/2016.
3-Etimologia (Palavra: relação):
Acesso: 04/10/2016.
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Recomento meus textos:
"O inabitual como susto: o cético
pantomima".
Link:
"O Reino das Analogias Superiores: as
Palavras sem os Véus".
Link:
"A Ideoscopia Acadêmica" (Parte 1)
Link: